De volta a minha vida de náufrago, deparo-me com uma sensação de cansaço que vai se tornando cada vez mais intensa a medida que o tempo passa. Não me refiro ao cansaço físico, que acaba por surgir por consequência, mas a um cansaço do espírito, como se carregasse o mundo às costas sem ter onde o pousar.
Aqui nesta ilha, aliás como em qualquer lado, os náufragos estão constantemente a debitar sobre os outros as suas opiniões, as suas ideias, verdades absolutas que apresentam com grande propriedade e total certeza. Diante de qualquer acção ou decisão que eu tome, tenho sempre pareceres, previsões e conclusões oferecidas gratuitamente pelos outros, sem que eu nada peça ou pergunte. Eu próprio, como num episódio de dupla ou tripla personalidade, vejo-me a julgar, atacar e desacreditar as minhas próprias ideias e decisões, bloqueando qualquer reacção inovadora que possa tentar aplicar aos obstáculos que a vida me apresenta.
Depois de anos a levar com as restrições impostas pelos outros e por nós mesmos, vamos nos tornando seres apáticos, previsíveis, completamente desinteressantes. Como diz alguém que conheço, "começo a sentir-me farto de mim mesmo, farto da pessoa que me tornei".
A vida deveria ser como num conto escrito por um grande humorista brasileiro, no qual os homens nasciam velhos e com todo o conhecimento e experiencia disponível na humanidade. Depois tornavam-se mais novos a medida que o tempo passava, a saber cada vez menos, a ter cada vez menos restrições e limites às suas ideias e acções, até o dia em que morriam como pequenos bebés, completamente ignorantes e ingénuos.
Era assim que eu gostaria que a minha vida fosse daqui para frente. Com menos certezas, menos pré-conceitos, menos expectativas. Voltar a fazer tudo como se fosse a primeira vez. Viver cada momento como se não houvesse amanhã. E um dia, quando alguém me encontrasse nesta ilha, um bebé a dormir confortavelmente enroscado por baixo de um céu estrelado, olharia em silêncio e pensaria: Dorme em paz bebé, por toda a eternidade…
Aqui nesta ilha, aliás como em qualquer lado, os náufragos estão constantemente a debitar sobre os outros as suas opiniões, as suas ideias, verdades absolutas que apresentam com grande propriedade e total certeza. Diante de qualquer acção ou decisão que eu tome, tenho sempre pareceres, previsões e conclusões oferecidas gratuitamente pelos outros, sem que eu nada peça ou pergunte. Eu próprio, como num episódio de dupla ou tripla personalidade, vejo-me a julgar, atacar e desacreditar as minhas próprias ideias e decisões, bloqueando qualquer reacção inovadora que possa tentar aplicar aos obstáculos que a vida me apresenta.
Depois de anos a levar com as restrições impostas pelos outros e por nós mesmos, vamos nos tornando seres apáticos, previsíveis, completamente desinteressantes. Como diz alguém que conheço, "começo a sentir-me farto de mim mesmo, farto da pessoa que me tornei".
A vida deveria ser como num conto escrito por um grande humorista brasileiro, no qual os homens nasciam velhos e com todo o conhecimento e experiencia disponível na humanidade. Depois tornavam-se mais novos a medida que o tempo passava, a saber cada vez menos, a ter cada vez menos restrições e limites às suas ideias e acções, até o dia em que morriam como pequenos bebés, completamente ignorantes e ingénuos.
Era assim que eu gostaria que a minha vida fosse daqui para frente. Com menos certezas, menos pré-conceitos, menos expectativas. Voltar a fazer tudo como se fosse a primeira vez. Viver cada momento como se não houvesse amanhã. E um dia, quando alguém me encontrasse nesta ilha, um bebé a dormir confortavelmente enroscado por baixo de um céu estrelado, olharia em silêncio e pensaria: Dorme em paz bebé, por toda a eternidade…
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